domingo, 29 de novembro de 2009
A beira de um ataque de nervos?!
Acho que não é pra tanto! estou eu aqui, escrevendo minha qualificação... passando a noite em claro... e pra dizer a verdade, nunca pensei que eu ia me esforçar tanto, ser tão forte e tão persistente... a idade vai chegando, e junto com os cabelos brancos, as rugas e os maus hábitos (beber, fumar, fazer mestrado em química)... mas vem algumas coisas legais! =D
sábado, 28 de novembro de 2009
domingo, 15 de novembro de 2009
Metropolis
o que é isso? O que é o Metropolis? Difícil de responder... repostas muitas vezes são acompanhadas de definições... e definir, como diria Oscar Wilde, é limitar... e limitar é uma coisa que o metropolis não propicia. O Metropolis é amplo, cabe quase todo mundo... quando digo quase, me refiro principalmente as pessoas que estão afim de relativizar muitas coisas, ou que, em alguns casos, se vêm obrigados a isso, ou ainda pra quem tem 10 reais ou ganhou a entrada no sorteio do orkut. O metropolis não é um lugar pra héteros, gay, travestis, ou qualquer outra identidade fragmentada... é um lugar pra quem quer se libertar de tudo isso... e pra quem sabe que pode encontrar qualquer pessoa rotulada em todas essas várias identidades e em outras que, que nem mesmo, os maiores teóricos ou militantes, ou sei lá quem... conseguem definir. O Metropolis é pra quem gosta de rock dos anos 70, 80, 90, 2270 e pra quem quer experimentar... pra quem quer se jogar em bagaceiras do pop, retrô ou não, vintage ou quase isso... nada que uma bela dose servida por Eliane, Juliana ou Renatinho não te faça dançar... é um lugar pra quem sabe que a ressaca é certa no dia seguinte, mas que uma efêmera dor de cabeça não vai tirar o sorriso do dia seguinte: “ontem foi foda!”, “me joguei”, “massa véi!” ou simplesmente, “VALEU A PENA!”.
O Metropolis é um barzinho (ou pub?) despretensioso... um portinha com dois seguranças do lado de fora cobrando a identidade (PROIBIDA A ENTRADA DE MENORES) que fica na Rua 83, Setor Sul próximo aos Biscoitos Caseiros, Goiânia-GO. Se vir a Goiânia, tenha certeza, esse é um dos melhores lugares e mais democráticos da cidade. Rola Shows de bandas locais ou forasteiros... e uma ótima discotecagem.
Metrópolis... Ah, o Metropolis... foi o primeiro lugar que eu trabalhei fora do universo acadêmico... que eu adoro atravessar algumas quadras a pé e chegar e já bêbado... e voltar quase amanhecendo nas sextas ou sábados, ou nos dois dias, mais bêbado ainda, porém muito mais feliz e pensando: “VALEU A PENA”... Eu já não consigo imaginar minhas sextas e/ou sábados longe do Metropolis... da Juliana, Eliane, Túlio, Renatinho, João Lucas, Marcelle, Douglas e tantos outros... O Metropolis é uma extensão da minha vida, da minha casa... lá me sinto em casa, trabalhando ou só ou só sentindo o calor das luzes azuis de Césio... se alguém me perguntar onde você vai sexta ou sábado... já se tornou um grande um clichê: - vou ao Metropolis... esse lugar já faz parte de mim!!!
o que é isso? O que é o Metropolis? Difícil de responder... repostas muitas vezes são acompanhadas de definições... e definir, como diria Oscar Wilde, é limitar... e limitar é uma coisa que o metropolis não propicia. O Metropolis é amplo, cabe quase todo mundo... quando digo quase, me refiro principalmente as pessoas que estão afim de relativizar muitas coisas, ou que, em alguns casos, se vêm obrigados a isso, ou ainda pra quem tem 10 reais ou ganhou a entrada no sorteio do orkut. O metropolis não é um lugar pra héteros, gay, travestis, ou qualquer outra identidade fragmentada... é um lugar pra quem quer se libertar de tudo isso... e pra quem sabe que pode encontrar qualquer pessoa rotulada em todas essas várias identidades e em outras que, que nem mesmo, os maiores teóricos ou militantes, ou sei lá quem... conseguem definir. O Metropolis é pra quem gosta de rock dos anos 70, 80, 90, 2270 e pra quem quer experimentar... pra quem quer se jogar em bagaceiras do pop, retrô ou não, vintage ou quase isso... nada que uma bela dose servida por Eliane, Juliana ou Renatinho não te faça dançar... é um lugar pra quem sabe que a ressaca é certa no dia seguinte, mas que uma efêmera dor de cabeça não vai tirar o sorriso do dia seguinte: “ontem foi foda!”, “me joguei”, “massa véi!” ou simplesmente, “VALEU A PENA!”.
O Metropolis é um barzinho (ou pub?) despretensioso... um portinha com dois seguranças do lado de fora cobrando a identidade (PROIBIDA A ENTRADA DE MENORES) que fica na Rua 83, Setor Sul próximo aos Biscoitos Caseiros, Goiânia-GO. Se vir a Goiânia, tenha certeza, esse é um dos melhores lugares e mais democráticos da cidade. Rola Shows de bandas locais ou forasteiros... e uma ótima discotecagem.
Metrópolis... Ah, o Metropolis... foi o primeiro lugar que eu trabalhei fora do universo acadêmico... que eu adoro atravessar algumas quadras a pé e chegar e já bêbado... e voltar quase amanhecendo nas sextas ou sábados, ou nos dois dias, mais bêbado ainda, porém muito mais feliz e pensando: “VALEU A PENA”... Eu já não consigo imaginar minhas sextas e/ou sábados longe do Metropolis... da Juliana, Eliane, Túlio, Renatinho, João Lucas, Marcelle, Douglas e tantos outros... O Metropolis é uma extensão da minha vida, da minha casa... lá me sinto em casa, trabalhando ou só ou só sentindo o calor das luzes azuis de Césio... se alguém me perguntar onde você vai sexta ou sábado... já se tornou um grande um clichê: - vou ao Metropolis... esse lugar já faz parte de mim!!!
domingo, 11 de outubro de 2009
Novamente Alice in Chains!!!essa banda sempre marca a minha vida... hahhaaha... amores, amizades, relações identificáveis... muito maiores... cósmicas... ou pelo menos momentos momentos cósmicos... momentos intensos, felizes, tristes... momentos de tranformações... ou não!!! viva alice in chains... viva a vida!!! viva as minhas loucuras, e àquelas que não são minhas... "vida louca vida, já que não posso te levar..."
terça-feira, 5 de maio de 2009
"Quem não bebi e não fuma, morre saudável!"
Quando era criança, só pensava no mal que o cigarro fazia. Nas doenças, no câncer em específico. Brigava com meu pai orientando-o sempre a parar de fumar. Eu, juntamente com minha mãe, conseguimos este triunfo. Meu pai ficou sem fumar um longo tempo, mas logo teve suas recaídas. Eu, uma pessoa que desconhecia o universo e os significados da nicotina, não conseguia entender aquilo tudo. O poque que as pessoas precisavam tanto de cigarro, e porque fumavam sabendo de todas as inevitáveis conseqüências que por ele seriam causadas. Eu não sabia ainda, seria uma questão de tempo para que entendesse tudo isso.
Na minha adolescência, não fumava. Para mim o cigarro era uma espécie de infantilidade. De uma rebeldia típica da idade. Nessa fase da minha vida, tive que conviver com problemas atípicos pra uma pessoa da idade. Os problemas conjugais dos meus pais eram repassados para mim. Participava de coisas que teoricamente não me diziam respeito. Tive que amadurecer, me comportar como um miniadulto, o que me tornava de certa forma uma pessoa certinha um tanto caricata.
Logo veio a faculdade. E percebi que não tive uma adolescência “normal”. Não passei pelas experimentações e rompimentos característicos dessa fase. Tive que viver duas fases em uma: viver momentos como adulto e outros como adolescente. Estava na fronteira. Tinha sido até então uma pessoa criticada pela minha espécie de contradição visual-ações e agora queria, talvez, ser aceito. Encontrar um grupo onde essas duas coisas pudessem coexistir.
Lá estava ela. Japonesa, poder, luxo e sedução. Cheia de poses. Personalidade forte. Fumante. Essa pessoa passou a ser uma grande amiga minha durante a faculdade. Ela se envolvia com as pessoas mais legais do curso, que por acaso, fumavam e se entorpeciam. Pessoas descoladas. Queria fazer parte de tudo aquilo! Queria ser como eles! Já era tempo de abandonar o grupo das pessoas caretas e fazer parte dos transgressores. Porém, eu não bebia, não fumava, não fazia sexo. Um dia numa festa foi questionado sobre tudo isso. Não soube responder como um garoto que adorava rock, e usava uma grande quantidade de brincos era tão certinho!
Fumar já não era um ato inconseqüente pra mim. Era um símbolo de poder. Um rito de passagem. A imagem de minha amiga japonesa não saía da minha cabeça. Toda aquela desenvoltura fumando... aiii... eu queria fumar também!!! eu tinha que aprender!!!! eu queria ser daquele jeito!
Aprender fumar não foi fácil. Eu não tinha jeito pra coisa. Não sabia segurar, acender, tragar... afff... foi com muita perseverança que aprendi a fumar! E com muita propriedade que comecei a fazer isso em lugares públicos. E também, foi com muita timidez que comprei minha primeira carteira de cigarro.
Hoje sou um viciado em nicotina. Já tentei parar várias vezes! Mas sempre volto. Não sei mais o que o cigarro simboliza pra mim. São sentimentos muito complexos e contraditórios. As vezes sinto nojo, as vezes me refugio em seu consumo. As vezes ele me faz companhia. Uma vez, uma ex-orientadora minha me disse que na Rússia existe um ditado: “quem não bebi e não fuma, morre saudável”. Esse ditado sempre me conforta quando me vejo bêbado e com o pulmão estourando de tanto fumar!!! rs...
Na minha adolescência, não fumava. Para mim o cigarro era uma espécie de infantilidade. De uma rebeldia típica da idade. Nessa fase da minha vida, tive que conviver com problemas atípicos pra uma pessoa da idade. Os problemas conjugais dos meus pais eram repassados para mim. Participava de coisas que teoricamente não me diziam respeito. Tive que amadurecer, me comportar como um miniadulto, o que me tornava de certa forma uma pessoa certinha um tanto caricata.
Logo veio a faculdade. E percebi que não tive uma adolescência “normal”. Não passei pelas experimentações e rompimentos característicos dessa fase. Tive que viver duas fases em uma: viver momentos como adulto e outros como adolescente. Estava na fronteira. Tinha sido até então uma pessoa criticada pela minha espécie de contradição visual-ações e agora queria, talvez, ser aceito. Encontrar um grupo onde essas duas coisas pudessem coexistir.
Lá estava ela. Japonesa, poder, luxo e sedução. Cheia de poses. Personalidade forte. Fumante. Essa pessoa passou a ser uma grande amiga minha durante a faculdade. Ela se envolvia com as pessoas mais legais do curso, que por acaso, fumavam e se entorpeciam. Pessoas descoladas. Queria fazer parte de tudo aquilo! Queria ser como eles! Já era tempo de abandonar o grupo das pessoas caretas e fazer parte dos transgressores. Porém, eu não bebia, não fumava, não fazia sexo. Um dia numa festa foi questionado sobre tudo isso. Não soube responder como um garoto que adorava rock, e usava uma grande quantidade de brincos era tão certinho!
Fumar já não era um ato inconseqüente pra mim. Era um símbolo de poder. Um rito de passagem. A imagem de minha amiga japonesa não saía da minha cabeça. Toda aquela desenvoltura fumando... aiii... eu queria fumar também!!! eu tinha que aprender!!!! eu queria ser daquele jeito!
Aprender fumar não foi fácil. Eu não tinha jeito pra coisa. Não sabia segurar, acender, tragar... afff... foi com muita perseverança que aprendi a fumar! E com muita propriedade que comecei a fazer isso em lugares públicos. E também, foi com muita timidez que comprei minha primeira carteira de cigarro.
Hoje sou um viciado em nicotina. Já tentei parar várias vezes! Mas sempre volto. Não sei mais o que o cigarro simboliza pra mim. São sentimentos muito complexos e contraditórios. As vezes sinto nojo, as vezes me refugio em seu consumo. As vezes ele me faz companhia. Uma vez, uma ex-orientadora minha me disse que na Rússia existe um ditado: “quem não bebi e não fuma, morre saudável”. Esse ditado sempre me conforta quando me vejo bêbado e com o pulmão estourando de tanto fumar!!! rs...
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Volta
Dizem que as pessoas DDA não conseguem se concentrar por muito tempo em nada. São inconstantes, temperamentais, impulsivas e, ao mesmo tempo criativas, com uma imaginação tão rápida e poderosa que, na maioria das vezes, nem ela se dá conta de si. Acaba enclausurando-se em suas angústias. Essas pessoas não conseguem conviver com seu próprio intimo. Isso é muito para se mesmo. A contradição interna e as avalanches de idéias deterioram o seu ser. Justamente por essa imensidão, por essa hiperatividade, por essa versatilidade, por esse romantismo proveniente de sua loucura intrínseca, sua razão padece. Se entrega muitas vezes à arte, se tornando esta sua morada.
Eu, um DDA por completo, acabei trilhando caminhos que me afastaram muito do mundo artístico. Essa, que por sinal, não se trata de uma regra geral, não serviu em nenhum momento para mim. Mergulhei, em vez disso, na magia e nos encantos que poderiam ser a transformação da matéria. Em sua poesia, em seus mitos alquimísticos. Fiz-me químico. E ao escolher meu caminho, não me direcionei por dinheiro, por um futuro, e sim, por uma busca de um sentido pra vida, de entendê-la, de compreender o que a priori existia de mais essencial em mim assim como em tudo que existe: nossa composição, nossa matéria, a natureza do mundo.
Com o passar do tempo, com minhas experiências de vida, percebi que a química não dava conta de tudo isso. Minhas angústias continuaram a me atormentar. As visões positivistas de ciência estavam erradas. A magia da alquimia, da transmutação da matéria, seus vapores, suas alucinantes variações de cores, não me contemplavam mais. Meu espírito não é matéria. Descobri que a ciência só poderia explicar como as coisas são, e não a coisa em si. O homem não poderia ir tão longe assim. O grande paradoxo: como entender o universo antes de entender o nosso próprio universo, o nosso microcosmo.
Me entreguei aos problemas do mundo, as críticas sociais, aos embates políticos, à esperança. Isso tornou-se a fonte do sentido de tudo. Sim, ser um ser histórico. Um ser que interfere no seu mundo, que critica as virtudes postas, que tenta se libertar das correntes que o prendem através de seus discursos e coerções. Existia, agora, um motivo. Asas pra que eu pudesse voar, vôos altos e rasantes. Mas o fogo foi se apagando. A chama lentamente se cessando. Os sentidos esvaziaram-se. A vida se tornou uma sucessão de dias, a rotina uma norma. A busca por sentidos, deu lugar a uma busca por uma felicidade em certo ponto pueril, demasiado efêmera. Me tornei novamente fútil, medroso, desesperançoso, hedonista, niilista.
As leituras, porém, continuaram a ser um dos meus refúgios. E lendo uma coisa aqui, outra ali, me deparei com um trecho do livro “Assim Falava Zaratrusta” de Nietzsche que pra mim foi, acima de tudo, uma tapa na cara. Assim dizia:
“O nobre quer criar alguma coisa nobre e uma nova virtude. O homem de bem deseja o que é velho e conservar tudo o assim é.
O perigo do nobre, porém, não é tornar-se homem de bem, mas insolente, zombeteiro e destruidor.
Ah! Eu conheci nobres que perderam sua mais elevada esperança! Desde então, passaram a caluniar todas as elevadas esperanças.
Desde então tem vivido de maneira insolente e com breves alegrias, sem ver mais além que o fim de um dia para o outro.
“O espírito é também voluptuosidade” diziam. Então eles quebraram as asas do espírito. Agora rasteja de uma lado para o outro e macula tudo o que consome.
Em outros tempos pensavam em tornar-se heróis. Hoje, são apenas gente que se diverti. O herói é para eles aversão e desgosto.
Mas, em nome de meu amor e de minha esperança, exorto-te: não repudies o herói que há em tua alma! Venera como sagrada tua mais elevada esperança!”
Assim falava Zaratrusta.”
Esse discurso de Zaratrusta, personagem principal do livro citado, mexeu muito comigo. Foi como olhar no espelho da minha alma. Tal discurso me penetrou. Me cutucou. Me pôs a escrever novamente e tentar enxergar a vida como algo maior e “não o fim de um dia para outro”.
Assim espero que inicia-se uma nova etapa. Tentar sentir, viver, buscar as coisas mas intensamente. Descobrir-me. Não ser alguém metafisicamente entediado. Do tipo que enjoa de tudo. Creio ser este meu novo caminho. Que venha a vida e todas a suas curvas sinuosas!
Eu, um DDA por completo, acabei trilhando caminhos que me afastaram muito do mundo artístico. Essa, que por sinal, não se trata de uma regra geral, não serviu em nenhum momento para mim. Mergulhei, em vez disso, na magia e nos encantos que poderiam ser a transformação da matéria. Em sua poesia, em seus mitos alquimísticos. Fiz-me químico. E ao escolher meu caminho, não me direcionei por dinheiro, por um futuro, e sim, por uma busca de um sentido pra vida, de entendê-la, de compreender o que a priori existia de mais essencial em mim assim como em tudo que existe: nossa composição, nossa matéria, a natureza do mundo.
Com o passar do tempo, com minhas experiências de vida, percebi que a química não dava conta de tudo isso. Minhas angústias continuaram a me atormentar. As visões positivistas de ciência estavam erradas. A magia da alquimia, da transmutação da matéria, seus vapores, suas alucinantes variações de cores, não me contemplavam mais. Meu espírito não é matéria. Descobri que a ciência só poderia explicar como as coisas são, e não a coisa em si. O homem não poderia ir tão longe assim. O grande paradoxo: como entender o universo antes de entender o nosso próprio universo, o nosso microcosmo.
Me entreguei aos problemas do mundo, as críticas sociais, aos embates políticos, à esperança. Isso tornou-se a fonte do sentido de tudo. Sim, ser um ser histórico. Um ser que interfere no seu mundo, que critica as virtudes postas, que tenta se libertar das correntes que o prendem através de seus discursos e coerções. Existia, agora, um motivo. Asas pra que eu pudesse voar, vôos altos e rasantes. Mas o fogo foi se apagando. A chama lentamente se cessando. Os sentidos esvaziaram-se. A vida se tornou uma sucessão de dias, a rotina uma norma. A busca por sentidos, deu lugar a uma busca por uma felicidade em certo ponto pueril, demasiado efêmera. Me tornei novamente fútil, medroso, desesperançoso, hedonista, niilista.
As leituras, porém, continuaram a ser um dos meus refúgios. E lendo uma coisa aqui, outra ali, me deparei com um trecho do livro “Assim Falava Zaratrusta” de Nietzsche que pra mim foi, acima de tudo, uma tapa na cara. Assim dizia:
“O nobre quer criar alguma coisa nobre e uma nova virtude. O homem de bem deseja o que é velho e conservar tudo o assim é.
O perigo do nobre, porém, não é tornar-se homem de bem, mas insolente, zombeteiro e destruidor.
Ah! Eu conheci nobres que perderam sua mais elevada esperança! Desde então, passaram a caluniar todas as elevadas esperanças.
Desde então tem vivido de maneira insolente e com breves alegrias, sem ver mais além que o fim de um dia para o outro.
“O espírito é também voluptuosidade” diziam. Então eles quebraram as asas do espírito. Agora rasteja de uma lado para o outro e macula tudo o que consome.
Em outros tempos pensavam em tornar-se heróis. Hoje, são apenas gente que se diverti. O herói é para eles aversão e desgosto.
Mas, em nome de meu amor e de minha esperança, exorto-te: não repudies o herói que há em tua alma! Venera como sagrada tua mais elevada esperança!”
Assim falava Zaratrusta.”
Esse discurso de Zaratrusta, personagem principal do livro citado, mexeu muito comigo. Foi como olhar no espelho da minha alma. Tal discurso me penetrou. Me cutucou. Me pôs a escrever novamente e tentar enxergar a vida como algo maior e “não o fim de um dia para outro”.
Assim espero que inicia-se uma nova etapa. Tentar sentir, viver, buscar as coisas mas intensamente. Descobrir-me. Não ser alguém metafisicamente entediado. Do tipo que enjoa de tudo. Creio ser este meu novo caminho. Que venha a vida e todas a suas curvas sinuosas!
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