sábado, 12 de abril de 2008

Escrever?!

Escrever?! Pra escrever... sempre que penso em personagens densos e loucos, me vem à cabeça escritores insaciáveis... pessoas que precisam descrever seus mundos insanos, doentios, como se fosse a única forma de exteriorizar tudo aquilo: cuspir pra fora em palavras tortas e desviantes. Penso muitas vezes que escrever é uma, ou talvez a única, forma de auto-conhecimento. Digo isso porque, escrevendo, nós podemos aprofundar no nosso eu, atingir a essência – não sei se podemos achar soluções – enfim, nunca fui uma pessoa prática. Risos.
Fazia tempo que queria começar a escrever, mas não sabia o quê e sempre me faltou coragem... achava engraçado uma pessoa já com seus 23 anos começar a escrever um diário ou algo parecido... mas aí pensei: por que não? Eu não morri ainda, e sempre é tempo de começar, recomeçar... deixemos de lado essa compulsoriedade pela juventude e pela fixidez das etapas! Essas coisas ainda são válidas pra qualquer etapa da vida, pois, a vida, e o que fazer com ela é algo subjetivo! Nós que decidimos!
E eu decidi escrever – pelo menos acho que decidi... nunca tenho muita certeza das coisas que eu faço – e vou fazê-lo, não porque tenho dom artístico, mas porque tenho muitos fantasmas a serem exorcizados! Muitos dilemas! Muitas crises! Eu escrevo por ser egoísta e egocêntrico... porque cansei de tentar conversar com as pessoas e não conseguir ser ouvido. Vivemos numa sociedade na qual as pessoas não enxergam as outras, só seu próprio umbigo... individualista é pouco! Nós só podemos conversar com nós mesmos... confiar em nós mesmos! E despejar tudo numa folha de papel, ou, na tela de um computador. Risos! Quando digo isso, não me excluo desse conjunto de pessoas que critico... eu sou um ser social, vivo em sociedade, constituo e sou constituído nesta!
Enfim... comecei a escrever – agora uma resposta não tão poética – porque ando triste, sozinho, magro, cansado... velho (pelo menos em pensamento). Sinto-me um corpo abjeto, não por ser gordo e disforme, ou, por ser magro ao extremo... não sou algo extremado... sou uma pessoa média que acha que tem alguma profundidade... que escreve com um português errado e o corretor automático do computador insiste em cumprir sua função. Situando no tempo e no espaço, moro no centro de Goiânia e hoje é “comemorado” o dia dos finados: Goiânia, 02/11/2007. Fui sintético pra evitar maiores descrições. Fui direto ao ponto! Não vamos perder tempo com datas! Números... pra que tantos números?! A idade, de forma precipitada e afoita foi dita acima... mal de escritores iniciantes que não tem linearidade de idéias e não sabem sobre o que escrever: não passamos de jovens entediados, pseudo-intelectuais, chatos, críticos e não propositores! Ao mesmo tempo sou sobrevivente de Goiânia: uma cidade amorfa, quente, amarela, seca (chove muito pouco), no meio do Brasil – pra não dizer continente sul-americano – onde o mar nunca vai chegar (alguns dizem que o mar pode chegar em Minas ou Minas irá até o mar), cidade opressora, com sotaque feio, onde a “elite” é burra e conservadora, e mais: cafona! Risos! Moro em uma cidade provinciana.
Fico muito em casa... não sinto vontade de fazer quase nada aqui! Tudo parece ter sido feito... “e o que não foi não é”... até as coisas legais, já não são tão legais! Ao mesmo tempo, eu amo essa cidade. Não saberia viver em outro lugar. Sou um bicho acuado.

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