sábado, 12 de abril de 2008

Na época que eu era Marxista e Otimista!!!! rs...

A ideologia é um dos conceitos mais complexos da filosofia e das ciências sociais, incluindo nestas a educação, e, é também, um dos mais relevantes na abordagem do comportamento e pensamento social. A partir de tal conceito, pretendemos no presente trabalho, abordar e analisar o pensamento e as concepções dos licenciandos em química da UFG, neste incluo todo o seu espectro, ou seja, dos alunos que acabaram de fazer a escolha por licenciatura àqueles que estão se graduando, em aspectos relevantes na ação docente.
O professor, como tal, deve possuir uma visão crítica do mundo, da sociedade e principalmente de sua prática docente, e, deve este, tentar ao máximo se esquivar das visões distorcidas do real. Tal profissional precisa ter consciência de seu papel político na sociedade, para que, a partir disto, seja capaz de formar cidadãos. Mas que cidadão? Em que deve acreditar este cidadão?
Os interrogantes acima tocam num ponto crucial de nosso trabalho: que o pensamento do professor está rodeado de aspectos ideológicos e sua prática docente vai reproduzir tal consciência social em larga escala, ou seja, se o professor tiver uma visão distorcida da realidade, provavelmente os alunos internalizarão tais concepções. O professor para formar cidadãos, antes de tudo, deve ser ele um cidadão, e nesse caso, até mesmo o conceito de cidadão deve ser discutido: é cidadão aquele que aceita a realidade como algo natural e dado, ou seja, algo do qual nós somos reféns e temos que aceitar e nos adaptar; ou, então, é cidadão aquele que questiona a realidade como algo produzido e que pode e deve ser questionado e, além disso, transformado. Se o próprio professor não questiona a sociedade, o segundo modelo de cidadão jamais será atingido.
O professor é antes de tudo um dos agentes da reprodução ideológica da consciência social. A partir do momento que este só tem uma visão aparente, limitada e não crítica da sociedade, tal profissional reproduz os valores, preconceitos, ou seja, a ideologia da sociedade neoliberal burguesa. Aparentemente, este é o modelo de professor que está nas salas de aula e o reflexo disto é a própria sociedade como um todo: formada por indivíduos alienados, acomodados, coisificados, ou seja, sem consciência de si.
Não queremos com isso atribuir toda a culpa do mundo nos professores, e, de certa forma isso seria um grande despautério. Os professores são também personagens coisificados da nossa sociedade, sendo estes, desvalorizados e, por isso, desiludidos. O problema está muito além da prática docente, sendo que esta, por sinal, não passa de uma esfera subjugada pela grande infra-estrutural social. Todos nós somos condicionados pelas relações econômicas que regem todas as outras estruturas. O subjetivo perde todo seu valor, e o ser humano se torna uma mercadoria como outra qualquer, passando este a se comportar como uma coisa.
Apesar da culpa não ser de fato do professor, este é o único que pode mudar ou, pelo menos, fazer alguma coisa. Antes de tudo o professor deve ser um intelectual. Deve ser questionador, questionando a sociedade, o valor do homem nesta, até mesma a própria ciência, sendo tal professor, não apenas um sujeito apático, e sim, um cidadão que nunca se tornará um refém do sistema educacional. Para isso o professor formado deve se livrar da análise imediata das coisas, fugir o máximo do senso comum e se aproximar do real.
Na pesquisa proposta, pretendemos analisar as concepções ideológicas dos licenciandos, futuros professores, ou que, por muitas vezes já lecionam, desde os recém ingressados na licenciatura até os que estão no ápice da formatura. A intenção disto é analisar a relevância das disciplinas de educação na formação dos professores comparando os primeiros com os últimos. As disciplinas, quanto à sua relevância deve ser questionada, tanto quanto a professores, o conteúdo abordado e, até mesmo, a própria grade.
A importância desta investigação está no desvendamento do caráter da formação que os professores de química do aluno do nosso instituto. Não quero também atribuir à culpa total dos problemas educacionais para os institutos de formação dos futuros docentes. O problema da formação intelectual está muito além das instituições citadas; o aluno já ingressa na faculdade com muitas concepções e discursos internalizados, sendo que este, não é e nunca será uma folha em branco a ser escrita. Ao contrário, os alunos possuem uma subjetividade que deve ser levada em conta na avaliação do ensino.
Para que a investigação não seja incompleta, precisa ser analisado também o caráter formativo das disciplinas de cunho técnico, pois as concepções de ciência e de prática docente por parte do licenciando muitas vezes estão intimamente ligada às aulas que este teve durante a sua formação acadêmica, e, sendo que este processo, acontece geralmente de forma inconsciente, pois o homem aprende muitas vezes por imitação.

2 comentários:

Aurélio Araújo disse...

sGostei bastante do texto, embora seja necessário questionar também o professor como profissional.
Acredito eu, com meus 10 anos de regência que a~profissão professor está em baixa. Nos dias atuais, qualquer um que tenha uma boa retórica assume a sala de aula e é super comum encontrarmos "ensinadores" ao invés de professores.
Sou radicalmente contra os ensinadores, pois estes, munidos do giz e apagador, na maioria das vezes transmitem valores distorcidos da sociedade e também da realidade para os alunos.

vinicios k. ribeiro disse...

dorixxxxxxxx
cade as atualizações??? hã hã hã?
escreve um texto sobre a yellow gyn!!!
ou um conto tipo terceiro travesseiro!!!!
adoro suas divagações sobre o branco!!!! é muito poder cientifico aliado aos desdobramentos das palavras!
luxoo!!!!
bjo!!!